domingo, 7 de março de 2010

A Linha de sombra - Joseph Conrad

Acabei de ler "A linha de sombra" esta semana. O tema é interessante, aquele momento em que a pessoa se depara com o fim da juventude. Neste romance o referido momento chega na vida do protagonista quando ele acaba de assumir seu primeiro comando de um navio e, em sua primeira viagem, se depara com uma situação absurdamente inesperada: uma calmaria absoluta e a tripulação doente. Somente ao vencer essa situação, o comandante encontrará "a consciência definitiva da condição humana".
Vale a pena ler!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Que demora!

Realmente, é mais fácil ler os livros e não escrever nada sobre eles. No período de dois anos em que não postei nada no blog li muito. Passei por Kafka, Conrad, Machado de Assis (outra vez), Erico Verissimo, Chico Buarque, entre outros. Curti cada livro lido, muitos estão na lista de releitura. Há autores que eu ainda não conhecia, mas que acabaram entrando na minha lista de "tenho que ler mais livros dele". Resultado: minha lista de leituras aumentou consideravelmente.
Tentarei atualizar o blog mais frequentemente (espero não demorar mais dois anos para publicar qualquer coisa), publicando leituras feitas com meus alunos e outras mais.
Até mais!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

traiu ou não????????????

A Rede Globo de televisão iniciou esta semana a exibição de uma minissérie baseada na obra de Machado de Assis, Capitu. A série baseia-se no livro Dom Casmurro. Durante muitos anos a crítica dizia que Capitu havia traído Bentinho. Entretanto, lá pelas tantas, alguém percebeu que quem contava a história era Bentinho, e que ele não tinha certeza da traição, apenas indícios que também não eram lá muito fortes. Eis Capitu redimida. Talvez ela não tenha, afinal, traído Bentinho. O tema adultério aparece nos três romances da grande fase de Machado. Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, o adultério acontece de fato entre Brás e Virgília. Em Quincas Borba, Rubião apaixona-se por Sofia, que é casada com Palha. Ela aceita a corte de Rubião até certo ponto, apenas por interesse, mas o adultério não ocorre. Mas em Dom Casmurro a dúvida persiste. Capitu traiu ou não Bentinho?
Então leitor, não quer dar sua opinião?

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Bandeira

Poeta maior da literatura brasileira, Manuel Bandeira não o é pela força retórica, mas pela humildade. E o que é esta humildade? É ver a vida como ela é, é compreender seus próprios
limites.
A poesia de Bandeira é fortemente confessional. As recordações da infância estão presentes em vários poemas, como:

Porquinho-da-índia

Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia

[...]

- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.


Outro tema recorrente é a morte. Tendo em vista sua doença, Bandeira usa a poesia para prepara-se para encontrar-se com ela.

A morte absoluta

Morrer.
Morrer de corpo e de alma
Completamente.

[...]

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."

domingo, 23 de novembro de 2008

Aos corajosos que me lêem (se é que há algum ...), a leitura de Memórias Póstumas me levou de volta ao Brasil do século XIX.
Brás Cubas é um cara que não tem objetivos definidos na vida. A única coisa que ele não quer é permanecer obscuro. Por isso ele aceita a sugestão do pai para ser deputado, porém, o desejo paterno não se realiza de imediato. Quando finalmente consegue se tornar deputado, o projeto mais interessante que Brás propõe é a diminuição do tamanho das barretinas, e este projeto ainda lhe causou problemas com o governo porque foi interpretado como uma crítica.
O emplastro Brás Cubas foi outro fracasso, na verdade, nem saiu do papel porque Brás morreu antes de terminá-lo. Aliás, a morte do protagonista foi causada pelo emplastro. Quando Brás preparava a receita, se descuidou e ficou doente, não saiu mais da cama, melhor dizendo, foi da cama para o cemitério.
Triste fim. Não alcançou a fama, não fez nada de útil, apenas ocupou espaço no mndo ...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Faz Tempo

Pensei em fazer um blog onde pudesse escrever um texto por semana, pelo menos, mas devo confessar que a correria acabou me afastando do objetivo inicial, então vamos lá, faz tempo que não sento na frente do pc para digitar um texto.
O que estou lendo atualmente?
Memórias Póstumas de Bras Cubas.
É fantástico. Já li e reli mais de uma vez, mas nunca canso de reler Machado. Principalmente o Bras Cubas. Que maravilha de livro, o narrador, desde o inicio ironiza do pobre leitor, afinal, onde há um defunto-autor? Só Machado para criar um. E isso em pleno Realismo que tinha como pressuposto escrever baseado na realidade.
Defunto-autor? Bem real mesmo.

sábado, 28 de junho de 2008

Primeiro texto - Quincas Borba

Olá pessoal que curte livros.
Estou chegando para postar, semanalmente, um comentário sobre algum livro ou autor.
Esse comentário poderá ser pessoal ou então copiado de alguém, com a devida autorização.
O primeiro livro a ser comentado será Quincas Borba, de Machado de Assis.
O romance Quincas Borba tem como título o nome de uma personagem que mal aparece. Quincas está no romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, onde sua aparição também é rápida, e em Quincas Borba, é óbvio. Mas antes de pensar que ele é uma personagem secundária, deve-se analisar sua filosofia, o humanitismo. O romance Quincas Borba é uma representação da filosofia de Quincas. O que prega o humanistismo? Que um deve morrer para que outro sobreviva. A essência do humanitismo está na famosa frase "Ao vencedor as batatas", proferida por Quincas quando está explicando o humanitismo para Rubião, esse sim, o personagem principal do romance.
Se o mais fraco deve sucumbir, Rubião está fadado desde o inicio à morte. Ele é o mais fraco, apesar de ter ficado rico com a herança de Quincas, ele não consegue compreender a linguagem do novo meio onde se insere, portanto, não consegue compreender os jogos sociais nos quais está envolvido. O resultado é a loucura e, conseqüentemente, a morte. Assim, seu dinheiro acaba passando para as mãos de Palha e Sofia. Dessa forma cumpre-se o humanitismo, o mais forte fica com o dinheiro e o mais fraco morre.
 
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